Qual a sua religião?

Hoje me fizeram essa pergunta. E eis uma questão para qual eu sempre tenho dificuldade para responder. Primeiro porque nada na minha vida perece ser convencional, tradicional, normal, fácil de explicar. Depois porque eu mesma canso de me fazer essa pergunta e não consigo chegar a uma resposta satisfatória. E aí fiquei pensando...
Segundo a nossa Santa Wikipédia, religião é: 
"(em latimreligare, significando religação com o divino [1]) é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os valores morais.[2] Muitas religiões têm narrativassímbolostradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida ou explicar a sua origem e do universo. As religiões tendem a derivar a moralidade, a ética, as leis religiosas ou um estilo de vida preferido de suas ideias sobre o cosmos e a natureza humana."
Lendo esta definição eu chego a conclusão de que possuo sim uma religião, mas qual é? Ela não tem nome, não tem templos erguidos, não tem texto sagrado, não tem mandamentos, não tem profetas, não tem tradição. Nem sei se tem mais algum seguidor além de mim. Não sei se há mais alguém no mundo que tenha o mesmo estilo de vida que eu. 
Mas quando eu raciocino em cima da origem da palavra e sua tradução literal do latim concluo que se religião é a religação com o divino, não possuo uma. Porque não se pode RE-LIGAR aquilo que está o tempo inteiro conectado. Eu creio naquilo que experimento, meu templo é este corpo que habito, meu texto sagrado é minha história de vida, e também a do outro ao meu lado, meus profetas tem menos de 10 anos e , pra mim, não há tradição que resista as mudanças constantes que o tempo provoca em tudo e todos. Eu não sigo multidões e não espero que multidões me sigam. Meu estilo de vida é estar presente. Aqui, agora, em mim, lá fora, em toda parte.  É sentir a Presença.
Eu não tenho dogmas. Possuo apenas dois princípios: o do amor e o da liberdade. Minha regra é por em prática aquilo que aprendo. E meu líder conselheiro bate forte no meu peito bombeado meu sangue pra todo meu corpo.
Possuo muitos rituais. Muitos sem fórmula ou receita. Uso ervas: manjericão, alecrim, erva-doce... Tomo banhos: de sal grosso, de óleos essenciais, de flores... Acendo velas: pra perfumar, pra iluminar, pra meditar... Consulto oráculos: baralhos, livros, cristais, gurus, horóscopo... Faço magia pra alcançar objetivos... e aceito quando não os alcanço. Mas sem perder a esperança e a fé de que as coisas vão se harmonizar. Tento não fazer com os outros o que não gostaria que fizessem comigo e nem sempre consigo colocar isso em prática, por isso procuro entender e perdoar quando alguém me fere. Estou sempre buscando ser melhor e fazer melhor, pois acredito que é começando por mim que vou conseguir melhorar o mundo. 
Sei que estou longe de ser um exemplo de perfeição e, desculpem-me pela decepção, não estou tentando alcançá-la. Quero apenas viver de verdade cada momento e isso inclui observar a lua me sorrir, sentir a energia das árvores, observar meus pensamentos, enxergar o prana no ar, conversar com Arcanjo Miguel, às vezes com Gabriel também, pedir pra Saturno pegar mais leve comigo e duvidar de tudo quando o tempo fecha em minha vida.
Eu quero poder acreditar na Terra como uma Deusa e imaginar Deus como uma imensa estrela no infinito, do qual nós somos parte. Gosto de dizer, quando estou feliz, que sou a partícula do universo mais radiante. Gosto de pensar que sendo assim tão minúsculo diante do Todo, eu sou o Todo também. Gosto de acreditar que Deus existe em cada um, em cada ser, em cada poeira, em cada pedra. 
Eu tento fazer cada coisinha com significado, com importância, com presença. Procuro não me acostumar a nada e não mecanizar minhas ações. Eu tento sentir cada segundo.
Essa é minha ligação com o divino. A maneira como eu vivo, como eu me relaciono com tudo e com todos. Essa é a forma como eu me ligo a Deus. E isso não tem nome, não está registrado, nem organizado, mas acho que seria dar pouca importância a tamanha devoção se eu respondesse, toda vez que me fizessem essa pergunta, simplesmente que não. "Não tenho religião" me soa como um "não dou importância a isso". E isso não é verdade, talvez eu me importe muito mais que muita gente "religiosa" por aí.
E então? Como eu respondo essa pergunta sem ter que fazer a pessoa escutar tanto quanto você (que conseguiu chegar até aqui) leu?
Não sei. E mesmo depois de tanto raciocínio em cima do assunto eu continuo sem uma resposta. Mas como é mesmo que diz aquela sábia propaganda do Canal Futura? 
"Não são as respostas que mudam o mundo. São as perguntas."

Até mais...

Comentários

  1. Fantástico minha irmã! Que orgulho da maneira que escolheu pra viver, considero um exemplo, não pela perfeição, mas pelo que a guia e pela capacidade de se reconsiderar e reinventar a cada novo suspiro, sem perder a identidade única que faz de você.... você!

    Obrigado pelas contribuições nesse espaço, ainda que não seja o objetivo, suas reflexões servem de embasamento pras minhas e é muito saber que pudemos contribuir na formação uns dos outros, o que me traz muita alegria quando percebo a imperfeita mulher maravilhosa que se tornou. Te amo!

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  2. Obrigada pela sua atenção, sempre. E saiba que aprendo muito com você. Também te amo, meu irmão.

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