A Boa e a Má intenção


Eu sou do tipo de pessoa que se preocupa mais com as entrelinhas do que com a literalidade das coisas. Até porque, na grande maioria das vezes a gente não diz o que gostaria de dizer, ou da maneira que gostaria de dizer. Eu, por exemplo, (sempre me uso como exemplo, porque usar o outro me parece grosseiro) acho que poderia dizer as coisas de forma mais branda, mas já houve um tempo em minha vida em que eu engolia tudo e respondia como uma ovelha (deve ser por causa do nome: Raquel = mansa como uma ovelha). Na verdade me faz menos mal ser estúpida do que ser "cordeirinho". Hoje eu não deixo nada passar em branco. Tomou, levou! E como eu me ferro por isso! Mas quando chega à noite, eu deito a cabeça no travesseiro, fecho os olhos e com a alma leve, durmo. Pois fui leal a mim mesma, fiel, verdadeira o tempo inteiro. Pra quem não sabe, tem gente por aí que vive fingindo. Que sai distribuindo sorrisos pra todo mundo, só pra poder usufruir do que aquela pessoa possa oferecer um dia. Politicagem! Ser político é uma coisa. Fazer politicagem é outra. Pessoas assim vivem repetindo a frase: Eu não tive má intenção...
Antes de mais nada, acho que vale falar que o significado de bom ou mau depende muito de pessoa pra pessoa. O que é bom pra mim, pode ser péssimo pra você. Assim como a boníssima intenção que você tem de tirar o seu da reta, pode transformar-se em uma horrível intenção de ferrar o colega ao lado. São as leis do universo. Ação e reação. Não há nada que você faça que não gere algum tipo de resultado, até mesmo não fazer nada resulta em alguma coisa. 
Mas será que dá pra medir o tamanho do resultado? Será que devemos mesmo ficar questionando o tempo inteiro "no que isso vai dar", ou seria mais válido confiar no próprio coração. Se meu coração é bom, eu não fiz por mal. Pessoas de coração bom são hipócritas. Eu prefiro as de coração impuro, as pecadoras, as raivosas e maquiavélicas. Elas são mais verdadeiras. Dá pra ver com quem você está lidando. Mas e os cordeirinhos? Sempre posando um ar tão angelical, quando mostram sua humanidade, parecem nos apunhalar pelas costas. Já apunhalei muita gente pelas costas, agora prefiro apunhalar pela frente mesmo, olhando nos olhos e dando a cara a tapa. Acho mais íntegro. Eu prefiro ser a chata, a metida, a arrogante, a topetuda, a prepotente, a ignorante, a grossa, etc, pois se aproxima quem tem coragem e quem não se contenta só com as máscaras. Descobrir que uma pessoa é legal é bem melhor do que descobrir que ela não é. Assim eu não decepciono, eu surpreendo. E tenho muita dificuldade em lidar com pessoas boazinhas, pois fico "a lá" Dr. House investigando a verdadeira intenção de cada ação e cada palavra. Aliás, se tem alguém com quem me identifico é com o House... mas isso acho que já é assunto pra outro post. 
O que eu quis dizer com esse blá blá blá todo é que não importa se a intenção foi boa, ou má, o que importa é  em que suas ações vão resultar. Ter consciência de que não estamos sozinhos, de que fazemos parte de um todo, ajuda muito. Vamos pensar menos em nós e pensar mais no todo. Assim valerá a intenção. Beijos e Fui.

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