Sai Tempo, que eu não te pertenço!




Zomba de mim, Tempo!
Passa, gira, sussurra.
Rouba meu dia com o vento,
leva minhas paixões pelo mundo.
Me esquece, me deixa aqui
Vivendo...
Aprende, Tempo, eu não morro!
Apenas estou em eterno amadurecimento.
Passa, mas me deixa ser feliz.
Sem roubar, nem levar nada.
Passa, mas não traz coisas ruins,
nem rugas, por favor!
De Ti, só quero uma coisa:
O Saber.
No demais, deixa que eu me viro.
Tempo atrevido!
Sempre se metendo nas minhas coisas.
Quando eu era criança, se meteu
e me perturbou com a adolescência e
Quando eu estava começando a gostar
trouxe-me um monte de responsabilidades, hã!
Agora me deixa!
Sai pra lá que eu não te pertenço mais.
Agora eu sou ATEMPORAL!

Raquel Souto
(Rio de Janeiro, 26/03/08)

Ps. a imagem é La persistencia e la memoria (1931) de Salvador Dali.

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